quinta-feira, 29 de novembro de 2012

o amor a se construir

e ele insiste em pular em frente a carros,
sempre os mesmos e atropelado de novo,
desiludido e um pouco abalado pelo seu destino
que insiste sempre nisso e me dá nos nervos isso de pular em frente aos mesmos carros
é um desespero construído pelos próprios calos ainda não calejados, e sofre de novo
tão novo mas tão sofrido

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

novo para o novo de novo

um pileque que faça dormir no fundo do sótão
um cheque de vida que haja fundo pra cobrir a dívida do órfão
pequeno, breve e recém órfão
irmão do desdém, ao relento da neve que desce lenta como a prece
do principe precioso a si de um abraço do esquecimento
que pede receoso de ti mesmo acolhimento no seio do desprezo
principe jogado, humilhado e sozinho
principe de tua fortaleza que para a realeza de fato não há beleza nos trapos
de tua alma solitária e em teu reino a hilária e cínica solidão
maltrata e destina como e para onde queres
a emoção da alma e de teu pobre coração
e o órfão de si mesmo,
como o principe a seu respeito resguarda-se em teu leito, em teu peito
em teu devaneio, em teu medo, em teu espelho, em si mesmo
o órfão de si mesmo
atordoado pela calmaria furiosa que ecoa em sua prosa
quando declamada a respeitosa poesia aos camaradas
cheirosas como rosas mas com espinhos acompanhados
os poemas do órfão tem seus versos encharcados
de rancor, órfão do amor, de ti mesmo, seja o que for
sejais sempre órfão para a eternindade que na realidade
torce para que acabe, sabe que o abate deste terror
morre instantaneamente quando palpita o sangue junto a algum novo amor