segunda-feira, 5 de julho de 2010

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e na hora que dá vontade de correr pro colo de alguém? pra berrar alguma ajuda? ajuda de quem? cadê? você fez, você paga, você que se resolva... e não seja fraco e simplesmente se renda à eventual fraqueza que você dispõe como a pedra da estagnação do seu avanço... mas agora é tão dificil confiar em sí mesmo quando descobre-se que seu orgulho ruiu, suas esperanças quase se sucumbiram em virtude de seus próprios erros... e como confiar em si mesmo sabendo que sempre errou? que sempre quando pensou ser tão magnífico e brilhante, você foi somente um nada se achando demais, e que salto alto em quem não sabe andar nem sem salto é queda na certa? onde está agora o grande homem? onde está agora aquele que outrora era tão cauteloso e inteligente? vá, use de sua cautela e sua inteligência para solucionar a merda que estas duas criaram. a consequencia é da tua própria estima, nada mais, e que sua própria estima se foda junto ao momento, à consequencia.

terça-feira, 6 de abril de 2010

selvagem

cada dia mais selvagem
cada vez mais selvagem

diante da noite caindo sobre os sentidos
candice, selvageria, sentimento de animal
voltando às origens de um ser sociável
aliás, extremamente sociável...

diante de uma fera besta
está aí, a natureza
fria, gelada, dura
extremamente real, extremamente anti-social

ela mata, ela faz viver
faz sentir a vida
a realidade de uma carne louca
de uma carne que obteve, com tanto esforço
um dia,
conseguir pensar nisto
poxa, mas que loucura!
uma carne fedida,
uma coisa selvagem
morta
refletindo sobre ela
sobre a vitalidade de sua carne
morta

quando a noite desce,
transborda extase na visão
na mal visão, no corpo
de um bicho louco
seus instintos selvagens agora se destacam mais
pupilas transformam-se constantemente de tamanho
algo colossal nasce nesta longa hibernação
neste longo espaço de tempo em sedentarismo
medo, loucura, desconfiança, de pensamentos
pensamentos loucos, preocupações malucas
sim, estas destruições animais agora são destruidas
pela noite, pela ascensão da fera, do selvagem, do animal
animal selvagem

diante da pele sente arrepios e calafrios
em função do vento, extremamente frio
morto, rasgante, faz o nariz mecher colateralmente
em poucos instantes de uma longa visita
à verdadeira terra, realidade, ao verdadeiro
real estado de ser animal
o vento rasga, e muito
sua coluna se inquieta, há uma enorme
vulnerabilidade nas espinhas

a audição contrasta com a visão
escutando o escuro
vendo o som do vento, dos ventos
rasgantes, que agora atacam os ouvidos
resultando em grandes estrondos
sim, ouve-se o rasgar, o cortar
os olhos ressecam, assim como

a boca, a língua, que porventura está aberta e para fora,
respectivamente
o sabor é de realidade, é de natureza
é de selvageria
de animalia
da força que move tudo, todos, e o nada
da força que destrói, constrói e faz-te sentir
o gosto é seco, direto e reto
a natureza vinga, mesmo não tendo nada a vingar

afloram sentimentos selvagens
onde estão os pêlos?
os olhos vermelhos,
as garras afiadas?
toda a fúria concentrada
está na hora de se libertar?
para de pensar
parte-se para a emancipação da raiva
do nervosismo, da neurose
da paranóia
do sentimento contínuo de ódio
de malícia, de calma, sangue frio

sangue que corre agora não é daquele que se socializou e pensou coletivamente
que aprendeu a se comunicar com outro bicho insano
e se achou o máximo
o máximo agora, que lhe toca, é o medo
a psicodelia, a candice, a ansiedade,
ansiedade
selvagem

és agora o bicho
voltastes à tuas origens
tornar-se-á assassino-mor
como te foi pre-estabelecido
ao ser o que é
não fujas
não tem como,
se esquive, seja esperto,
ou tente
mas não fujas,
NÃO TEM COMO

és uma fera, um bixo, selvagem, dentro de um objeto natural que exerce uma série de alterações naturais que dentre seu corpo animal podem também existir podem fazer podem explodir queimar e degenerar e criar
e agora?
bixo, louco, maluco

tende a cair a noite em dia
garoa gelado, em pleno estado de intenso e absurdo nervosismo
treme, treme, sente frio, quer calor
aqueça-te! vá, bicho louco, bicho fraco!
se tu seguistes teus instintos desde antes
eras tu muito mais forte
seu corpo não necessitaria da natureza que manipulastes!
da natureza que manipula e tranforma-a em naturezas "salvadoras"
deixa-te deste vício!

o pensamento é o maior de todos os vícios!
grite, exale tua força, tua rebeldia interna
natural e selvagem
não pense, não pense, siga em frente em meio às seus instintos, os mais confiáveis guias de tua vida!
o pensamento vicia! larga-te, consuma ódio!
larga-te do pensar

os ouvidos doem ao sentir o exterminador som gelado
morto e aniquilador
por dentre sua audição penetra a dor do NADA, do silêncio,
o que te esperas a gritar?

larga-te do teu pensamento!

sua visão dói, demais
a claridade lhe deixa instável por um tempo indeterminado
mas a visão não é o sentido mais importante
não e não

já é sol, ele já lhe dói o corpo
todos os sentidos
corra
enquanto é tempo
ela vem

esconda-te agora sob uma árvore
ou sob um prédio, não é?
um resultado de suas belas ações sociais
DESTRUA-OS!

Já imaginastes a fera que tu és
destruindo, absolutamente tudo!?
você está sozinho


sejais esquisofrenico,
tenha medo
tens medo?
SIM!
Disserte e veja rastros dos seus lados
rastros dourados

será o extase do seu psicologico?
encare
a loucura

amanhá é um novo dia
na selva
do seu psicológico
seja forte
SOU FORTE

encaro minha loucura
pois encaro a mim mesmo
pois conheco-me
se não conheco-me
é mais um motivo para encarar
para me conhecer
e me controlar

e saber com isso,
me descontrolar
e ficar mais louco
ainda

mais louco
selvagem
ainda!

segunda-feira, 15 de março de 2010

tudo foi feito pelo sol

torturado e castigado pelo incrivel e potente sol, que continuamente suga as vossas energias vitais, vossas riquezas, tal como a água, e destrói as vossas harmonias, o clima emburra-se e, vingativo por virtude, semeia o ódio e a devastação. nota-se seu abatimento e seu poder minucioso de vingança em sua expressão estética, um tanto quanto pesada e tensa, fazendo recordar os animais selvagens que, ao sentirem-se ameaçados, buscam um abrigo confiante para o sentimento de segurança que lhes é necessário, recolhem a eles mesmos todos os sentimentos e não vos deixam manfestar; aliás, transparece um sentimento, de um animal receoso, brutal e extremamente vulnerável ao ponto de soltar suas alucinações momentaneas através da explosão de sua fúria norteada pelas suas garras e seus dentes; depois de sua tensão, vem o extase das (re)ações espontâneas e desorientadas, sem meio, justificativa ou ordenação, mas com uma finalidade, a sobrevivência. O clima, então, tal como um animal selvagem, entrega suas capacidades e orientações ao momento e, cada vez mais, a hora de sua explosão se aproxima; eis que, então, ao não aguentar mais o peso lhe imposto, seus conflitos individuais, o dilúvio, libertação de seus mais íntimos segredos e esperanças, se estabelece.

O poderio de devastação da depressão do clima é avassalador e medonho; animais, meros animais, assustam-se com o ataque repentino de um que carregava uma maldita pertubação psicológica; transbordam ódio, vingança, depressão, rancor e tédio sobre os animais que agora lutam incansavelmente contra o dilúvio; animais os quais tentam de qualquer maneira se defenderem dos ataques mortais que lhe sucumbem; violentamente, como uma nova reação, desbravam fervososamente a fúria da tempestade, desafiando as resistências individuais que lhes foram concebidas pela natureza - oh, natureza, tu que criastes e mantém toda esta realidade, o clima, o dilúvio, os animais e as reações; onipotente e onisciente; oh, natureza, qual a finalidade dessas terríveis batalhas? - de fato, os animais nervosos e desorientados não pensam tampouco questionam naquilo que definitivamente causou a batalha - o por qual motivo o fariam? qual a necessidade, naquele instante, de "perderem" o precioso tempo que lhes é necessário para salvarem vossas vidas? o início, naquele momento, não era necessário compreender, era necessário viverem absurdamente o agora, o presente, para salvarguardarem o futuro -.

Passadas horas de agonia, o clima finalmente cessa seu choro, aliviado, cede uma calmaria que cheira um úmido azulado, claro e fresco para os animais exaustos e fracos; para os bravos animais que lutaram e desafiaram a natureza, para os verdadeiramente vitoriosos e triunfantes. Em instantes - não tão curtos nem tão longos - o que está por vir a atormentá-los novamente é o terrível calor de um que, possivelmente poderia ter causado todo este transtorno - ou mesmo apenas ocupa um lugar neste ciclo de autodestruição -, o terrível calor do sol. Enquanto o sol, incrivel e potente sol, não se vigora de fato e não lhes provoca o agonizante clima abafado, seco e quente, lhes restam, pois, aos animais, a tranquilidade, o descanço, e o orgulho.

quinta-feira, 4 de março de 2010

hey, mr of enlightenment, we need you to dim the lights..


A escuridão sempre foi associada à morte, às coisas ruins, malignas, ao medo, temor, ao inimigo de Deus, porventura associado à luz, claridade, ao dia, a pseudo-positividade cristã que fora ostentada, em conjunto com essas outras percepções humanas da escuridão, por toda a história que a Igreja esteve-se presente. Oras, é justamente na escuridão que o ser humano conhece a si mesmo!

É na escuridão que, nada, absolutamente nada, que antes era conhecido e pré-estabelecido como correto, como valor, como conhecimento, é percebido! É na escuridão que seu instinto de humano, um simples animal - todavia capacitado cognitivamente o suficiente para, também, algo tão irônico, se cegar! - flora à tona e lhe retém cada vez mais a ti mesmo, buscando em si, no seu interior, um abrigo de fato confiante, quente e seguro!

É na escuridão que ficastes mais apreensivo, minucioso, cauteloso, consequentemente mais cético e gradativamente desenvolve um raciocino de auto-defesa; é na escuridão, então, que você, ao tentar desenvolver tua auto-defesa, busca veementemente o conhecimento próprio, pois é dele que retira-se a base de suas e somente suas ações, inclusive a auto-defesa!

Oras, é justamente na escuridão que o ser humano conhece a si mesmo! E a Igreja, com sua terrível turma da claridade, em seus mais de mil anos, mantiveram e mantêm-se reprimindo fervorosamente a escuridão, pois, a natureza humana, de fato, não lhes é conveniente! O que lhes é conveniente é justamente a cegueira, cegueira tal que conquistada com demasiada luz, claridade, pseudo-realidade! 

Experimente tomar banho, de madrugada, com as luzes apagadas. É a máxima manifestação do auto-conhecimento, ou mesmo de tê-lo como virtude. Busque a escuridão, o autônomo exercício de conhecimento. A luz, claridade, é para os fracos, para os cognitivos que se subjugaram à sua cognição, deixaram-na dominar-lhes, e julgam, como se fosem donos da razão pura (que nós também não somos e que nós, companheiros da escuridão, não nos julguemos predestinadamente nada que não diz respeito à nós mesmos!), absolutamente todos, eles, e nós! Que julguem e continuem tapados. 

Que nos conheçamos e continuemos no processo de conhecimento, da escuridão!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

ainda devo aprender que entusiasmar, pelo menos pra mim, é bobagem e sempre vai me foder.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

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Com absolutamente toda certeza, 2009 foi o melhor ano da minha vida. Ápice do conhecimento e da loucura, que foram o que eu mais investi. Sinto que podia ter aproveitado mais meu 2009, mas acho que isto é em virtude de eu aproveitar bastante minha vida fazendo com que o tempo passasse rápido e, como consequencia, dando a impresão de que faltou algo, ficou incompleto...

2010 está aí: trabalho, carteira de trabalho, faculdade, alistamento militar, título de eleitor, passaporte... Coisas de pessoas responsáveis. Hei de ser responsável agora. Mas esta responsabilidade denota outro significado do qual eu tenho em mente, é um significado diferente, massificado, socializado. Tenho eu outros pensamentos sobre responsabilidade, para mim essas coisas todas são merdas e não servem, mas, fazer o que se sou diferente. Hei agora de me adaptar mais ainda à vida tediosa de uma "pessoa normal". Talvez por isso, ou especificamente pelo motivo de eu ter me distanciado sobejamente à vida de uma "pessoa normal" em 2009 é que este ano fora o melhor de todos os meus outros dezesseis. Oras, se me investi em conhecimento e loucura, consequentemente me distancio de uma "pessoa normal", assim como é manifestado no anônimo narrador de "Memórias do Subsolo", de Dostoiévski, ou mesmo na pessoa Nietzsche e em seus pensamentos um tanto quanto imorais. O conhecimento tende à imoralidade, à ações ignóbeis, à loucura. É, fora isso que acontecera comigo em 2009.

Talvez sejais isto que tanto me aflige agora, cair na monotonidade cotidiana e tediosa de pessoas normais. Acho que nunca deixarei de ser eu mesmo (o que me difere de tais pessoas), mas terei, mesmo sem minha vontade, de me socializar com elas.

Adpatar-me-ei ao novo ano, que, aliás, é apenas uma data, sempre, ontem, hoje ou amanhã será mais um dia de caos na capital; as datas são loucuras daqueles normais que tanto querem organizarem a sí mesmos sem perceberem que apenas destroem gradativamente vossa organização e vossas vidas; sim, adaptar à vida bem-sociável e esta à minha individualidade.

Seguir com a loucura e imoralidade é tendencia natural, seguir com minha vida vadia é algo bem vulnerável às ações externas, que, tentarei demasiadamente estabilizá-la novamente à vadiagem.